O conhecimento do real lugar da Terra no Universo tem passado por grandes mudanças ao longo dos tempos.
Na antiguidade clássica, foi fato inquestionável que nosso planeta era o centro de toda a criação. Tal conceito, muito natural e instintivo diga-se de passagem, foi formalizado principalmente por Ptolomeu, que propôs o chamado Sistema Geocêntrico, o qual perdurou, sem grandes contestações por quase 2000 anos, sendo decisivamente desafiado somente ao fim da idade média por Nicolau Copérnico.
Após ser removida do centro do Universo, a Terra foi colocada ao redor do Sol na companhia de vários outros planetas. Nascia assim o conceito de Sistema Solar, no qual as colaborações de Kepler, Galileu e Newton foram fundamentais.
O conceito de galáxia, apesar de ser discutido desde os grandes filósofos gregos, foi estabelecido científicamente a partir dos trabalhos de Kant e Herschel no século XVIII, e as reais dimensões da Via Láctea só foram conhecidas somente no século XX, quando Harlow Shapley fez o primeiro cálculo preciso da distância do núcleo galático. Descobriu-se que a Terra orbita há quase trinta mil anos-luz do centro do Universo conhecido de então. Do centro de todas as coisas para a periferia galática!
À partir dos anos de 1950, os aprimoramentos técnicos permitiram descobrir que a Via Láctea existia como uma espiral com pelo menos quatro braços. Em função de suas posições na esfera celeste, receberam nomes relativos às constelações com as quais se alinhavam: Perseus, Norma, Scutum-Crux e Carina-Sagittarius. Alem destes, admitia-se também pelo menos 1 braço menor: Órion-Cygnus, onde fica o Sistema Solar.
Dados mais recentes mudaram substancialmente a visão que temos de nossa galáxia. Ao invés de quatro talvez ela possua apenas dois braços principais: Centaurus e Perseus. Os demais provavelmente são braços menores ou ramificações dos braços principais. É ai que fui buscar a inspiração para o nome do blog.
Há boas evidências observacionais de que Órion seja apenas uma ramificação do braço de Sagitário. Um pequeno "ramo" com estimados 10.000 anos-luz de comprimento e 3.500 anos-luz de espessura.
Este é, enfim, o nosso lugar na galáxia. Não sabemos tudo, mas o que até agora foi descoberto já é mais que suficiente para nos fascinar e estimular ainda mais a curiosidade sobre o que mais há ao nosso redor.
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